Namor - As Profundezas
Hoje vamos falar de um personagem da Marvel que não aparece regularmente nas histórias dos grandes eventos. Apenas em participações pequenas porém signficativas, mas sem aquela ênfase que merece. Namor é um personagem antigo, um dos primeiros, senão o primeiro mutante a surgir no Universo Marvel que estava tomando uma pequena forma no início do século passado., na verdade um esboço pois existia alguns super-heróis relevantes naquela época, como o Capitão América, O Tocha Humana ( não o do Quarteto Fantástico), o original e Namor, o senhor dos Sete Mares.
Nos anos 1930 e 1940, ninguém queria saber muito de Wolverine, ou um cara que escalasse paredes e tivesse poderes proporcionais a uma aranha. Eles até poderiam rir de uma idéia dessas, quem sabe. O que eles queriam mesmo saber era de Namor, o Príncipe Submarino, um dos primeiros heróis do então iniciante Universo Marvel. Naquela época, nas histórias publicadas, o personagem era o máximo e o seu nome fazia tremer o coração de qualquer um que respirasse pelos pulmões. Com o passar do tempo, porém, Namor se tornou apenas uma ameaça ao casamento de Reed Richards.
O encadernado Namor: Profundezas, lançado pela Panini, tem a tarefa de dar ao personagem uma história à altura de sua importância na Marvel, e uma obra relevante em que não seja um coadjuvante.
Ilustrado por Esad Ribic que pra mim é o ilustrador nº 1 atualmente. É o cara do momento. Eu comprei esta HQ não pelo Namor, nem mesmo por ser um artigo de luxo, mas pelo artista, assim como comprei Loki e Surfista Prateado: Requiem. Não tem como não comprar os trabalhos desse cara. O estilo de pintura é clássico mas o trabalho se torna totalmente original pois seu desenho é característico, tem formas próprias.
Mas quando me deparei com o roteiro fantástico de Peter Milligan, fiquei maravilhado. Ali estava um conto de suspense e terror dos mais incríveis que vi em uma HQ. Minha esperança em Namor voltar ao panteão dos grandes personagens da Marvel tinha sido renovada. Ali estava uma história cheia de referências, suspense e terror. Namor aparece pouco, como o mito que é, mas a narrativa que envolve a trama é o grande lance dessa HQ.
A história: Antes mesmo da corrida espacial entre URSS e EUA dar seus primeiros passos, nós acompanhamos a jornada do Doutor Stein, contratado para investigar o sumiço em águas profundas do Capitão Marlowe e sua tripulação, quando estes buscavam pela cidade perdida de Atlântida. Conhecido como o Grande Desmistificador, racionalista por excelência, Stein encontra-se a bordo de um submarino repleto de marinheiros supersticiosos que acreditam que alguém os espera nas profundezas, um terror conhecido pelo nome de Namor.
Logo o professor começa a se irritar com os temores de sua tripulação e os proíbe sequer de mencionar o nome de Atlântida ou de Namor. A tensão acaba por aumentar à medida que descem até os limites desconhecidos do oceano. Coisas estranhas acontecem, um homem no escuro das profundezas parece observá-los. Mas Stein não cede ao mito e continua a forçar os homens cada vez mais insatisfeitos a seguirem o curso da aventura.
A narrativa é guiada pela voz em 1º pessoa do Dr. Stein, enquanto escreve em seu diário, o que leva à HQ, uma atmosfera fantástica de Júlio Verne e outras obras das quais faz citações diretas como Moby Dick, de Herman Melville. É possível também lembrar também ao ler de Alien – O oitavo passageiro.
Altamente recomendável para quem gosta daquelas histórias que se interessam no psicológico dos personagens, e também para quem se interessa em boas histórias em quadrinhos. Este volume comprova o quanto o personagem pode dar origem a bons argumentos.
Wow! O incomparável personagem príncipe Namor... Velha guarda HQs da Marvel! Bela releitura... ;o)
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