PITECO - POR SHIKO
Eis que chega nas bancas do Rio de Janeiro mais uma Graphic Novel com mais um personagem do Maurício de Souza. Todos nós conhecemos os mais populares, como a Turma da Mônica, O Chico Bento, o Astronauta e vários outros (os citados já ganharam suas grafics novels e postarei aqui no momento oportuno), mas o Piteco que é um personagem não tão popular (até agora) ganhou uma graphic sensacional.
O artista, brasileiro, paraibano que atende pelo nome de Shiko (seria Chico?) completamente desconhecido em nossas terras, mas com uma bagagem importante e uma carreira fantástica fora do Brasil ( ilustrador, grafiteiro, autor de HQ, roteirista e diretor de curta metragens) aceitou o convite feito por Maurício e Sidney Gusman, editor de quadrinhos. Isso em 2011 onde ele rapidamente começou a esboçar o personagem com seu traço. A história é sensacional e a arte mais ainda. Fiquei fã desse cara, he he he. Todos os quadros , a composição das cores, tudo em aquarela. Demais!
A História: Em Ingá, o povo de Piteco, os Lem, precisa se mudar. O rio que lhes dá sustento está secando, não vai durar muito. Ao mesmo tempo, a xamã do povo, Thuga, é sequestrada por membros dos terríveis Homens-Tigre. Enquanto o povo migra, Piteco, Beleléu e Ogra saem para resgatar a xamã. A trama segue em torno disso, mas traz muito mais.
Shiko criou um background com mais nuances totalmente novas para Piteco e sua turma: ele não é simplesmente um homem das cavernas a la Flintstones – ao amarrar a trama de Piteco ao Brasil, à Paraíba, ao plantar na história do personagem pontos da nossa história, Shiko criou um personagem único. Piteco não é um Fred Flintstone ou Barney Rubble genérico, caricaturalmente fugindo de um amor pré-histórico: o Piteco do Shiko é um proto-brasileiro, o primeiro Homo Brasilianus da História!
Isso tudo constrói uma trama de aventura das mais honestas e nostálgicas – “Ingá” é praticamente uma aventura de RPG fantástico – o caçador, a guerreira e o engenhoqueiro atrás da xamã, enfrentando e contando com a colaboração dos deuses pelo caminho. Ganhando XP e evoluindo com o percurso. Sim, porque, ainda que relutante, o Piteco que termina a aventura é bem diferente daquele que a começou. Ma isso não afeta em nada a história, que no seu decorrer vai ficando mais e mais emplogante.
Não tivesse uma história sensacional, Ingá já valia só pela arte. O Shiko demonstra um domínio medonho do design e da narrativa: há uma identidade postural para cada um dos povos, de modo que, à despeito dos apetrechos, da forma de ornamentação, você percebe que membros do povo de Lem, de Ur ou Homens-Tigre são diferentes, tem posturas diferentes.
Tudo feito em aquarela, o que resulta em páginas lindas, cheias de detalhes e que exigem uma contemplação mais dedicada do leitor.
Adorei essa Graphic Novel do Piteco, que por enquanto é a minha preferida, mas Maurício já disse que vem muito mais nos próximos anos.
Valeu Shiko !!!
Recomendadíssimo
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