Mina pegou Hellblazer num momento crucial, logo após John Constantine ter largado a magia ao fracassar no resgate de sua irmã das profundezas do inferno (falha da Panini Comics aqui, que não situa o leitor a respeito destes acontecimentos). Infelizmente uma vez mago sempre mago, e assim Constantine é mais uma vez consumido por grandes problemas trazidos por sua fama e reputação.
Após um “encontro casual” em um pub londrino onde John buscava afogar sua vida em bebidas e cigarros, o inglês acaba pegando a estrada em direção a Glasgow, na Escócia, uma cidade nada hospitaleira que guarda a chave do mistério para o terceiro caminho. E como desgraça pouca é bobagem, John Constantine ainda precisa lidar com o estranho fenomeno que lhe transmite empatia pelo próximo, um sentimento nada agradável quando sua vida está cercada por morte e desolação.
Denise Mina apesar de estrear nos quadrinhos nesta edição, parece bastante confortável em explorar a narrativa visual de jeito próprio. O que pode causar certo incômodo em leitores mais conservadores (para não dizer xiitas), principalmente na pegada lenta e narrativa não linear. Por outro lado, essa falta de expertise também deixa a aventura aquém de seu potencial, principalmente no climax do arco que parecia promissor, mas acaba de maneira enfadonha (mesmo deixando uma grande ponta solta para a próxima saga).
Ainda assim o balanço é positivo, graças também ao trabalho gráfico de Leonardo Manco, que captura bem a atmosfera sombria da trama.
A estrada rumo a perdição as vezes é bastante longa e John Constantine parece estar descobrindo isto da pior maneira possível.
LEITURA OBRIGATÓRIA
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